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Sustentar o silêncio

  • Foto do escritor: Isadora Pimenta
    Isadora Pimenta
  • 22 de jul.
  • 1 min de leitura

Atualizado: 23 de jul.

Um dos principais aprendizados da prática clínica é a sustentação do silêncio. Evitar, por ímpeto, romper com o vazio verbal que se estabelece e, mais do que isso, aprender a escutá-lo. Perceber o que não é dito, notar, na sutileza da pausa, o que nem sempre pode ser nomeado.


Trata-se de um tempo suspenso, necessário para que o que foi dito seja percebido e o que está sendo sentido possa ser absorvido. Só assim é possível decantar as emoções e transformá-las (se necessário) em palavras.


Nos tempos de hoje, em que expressar a opinião individual é um imperativo, temos pressa em falar, queremos logo responder e disponibilizamos pouca atenção ao ouvir. Como diria Rubem Alves, escutar é complicado e sutil: “Não basta o silêncio de fora. É preciso que haja silêncio dentro. Ausência de pensamento.”


No que concerne à escuta do silêncio, acredito ser necessário ainda mais espaço interno: primeiro, para sustentar o próprio silêncio, observar e perceber o que se passa dentro de si; depois, para ser possível sustentar o vazio do outro e acomodar sua subjetividade.


Abrir espaços internos para que a escuta esteja atenta e, com sorte, possa acomodar bem os próprios vazios e os vazios alheios é um exercício árduo e diário, mas fundamental, não apenas para a prática clínica, como também para o nosso processo de desenvolvendo e humanização.


•⁠ ⁠Você tem escutado o seu silêncio? O que ele te diz?

•⁠ ⁠Você consegue sustentar o silêncio das outras pessoas?


 
 
 

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