Quando é o fim de um burnout?

Recentemente, conversando com uma amiga, ela compartilhou sua experiência pós-burnout. O caso dela, como o de muitas pessoas, teve seu auge em 2021. De lá pra cá, sua relação com o trabalho, com a vida e, especialmente, com o tempo mudou muito. Com diferentes formas de manifestação e de tratamento, quando é que esse quadro realmente se encerra? E quais são suas sequelas? Para fins clínicos e práticos, os sinais de que o burnout está chegando ao fim incluem:

1. Redução do esgotamento emocional

 (Sensação de mais energia e menos cansaço extremo; Retorno da motivação para realizar tarefas; Diminuição da sensação de estar sobrecarregado o tempo todo.)

2. Melhora do desempenho cognitivo (Capacidade de concentração e foco volta ao normal; Menor procrastinação; Tomada de decisões mais claras e objetivas.)

3. Restauração do senso de eficácia (Voltar a acreditar que é competente no trabalho ou nas suas funções; Maior envolvimento com as tarefas, com menos distanciamento emocional.)

4. Estabilização do humor

(Redução da irritabilidade, apatia e desesperança; Emoções mais estáveis e reações mais proporcionais aos eventos.)

5. Melhora do sono e apetite e menos sintomas físicos associados ao estresse (como dores, taquicardia, tensão muscular).

Sendo esta recuperação individual, não linear e com oscilação dos sintomas. Os artigos científicos mais difundidos citam de 1 a 6 meses como o período de recuperação. No entanto, o que mais observo na prática clínica e em minha vivência pessoal é um período muito maior, até que algumas “chaves” voltem a girar. É comum, nos relatos, ouvir que a recuperação de alguns hábitos e da capacidade cognitiva retorna depois de 2 ou 3 anos — como se o cérebro reativasse algumas habilidades.

É importante dar visibilidade a esses sintomas persistentes, para que possamos atualizar nossa percepção sobre esse fenômeno, cujos sintomas acometem cerca de 30% dos brasileiros atualmente. • Você passou por um burnout? • Considera que recuperou totalmente suas habilidades cognitivas e emocionais?